Irmãos relatam deboche de seguranças ao serem agredidos na saída de festa em SP: 'Batiam e riam'
27/05/2025
(Foto: Reprodução) Jovens alegam que seguranças da 'Seiscentos Party' os agrediram durante evento em Ribeirão Preto (SP) no fim de semana. Caso é investigado pela Polícia Civil. Organizadores da festa negam episódio. Três irmãos denunciam seguranças de festa por agressões e roubos em Ribeirão Preto
“Enquanto a gente estava desesperado tentando contatar os parentes, eles batiam e davam risada. Só debochavam, como se não tivesse consequência.” É assim que um dos irmãos que denunciaram terem sido agredidos por seguranças na saída da festa "Seiscentos Party", em Ribeirão Preto (SP), resume o que viveram no último sábado (24).
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Três jovens, moradores de São José do Rio Preto (SP), afirmam que foram vítimas de agressões e roubo de celulares por parte dos seguranças do evento, realizado em um espaço próximo à Rodovia Abrão Assed (SP-333).
Segundo eles, as agressões começaram quando o irmão mais novo tentou retornar ao evento, para avisar os demais sobre um problema com o motorista de aplicativo que eles haviam chamado, mas foi impedido pelos seguranças.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que as vítimas passaram por exame de corpo de delito e que o caso é investigado pela Polícia Civil como lesão corporal, roubo qualificado e tortura.
Em nota, a assessoria da “Seiscentos Party” informou que os advogados dos organizadores vão acionar os três irmãos na Justiça para que provem que foram agredidos e roubados por seguranças. Comunicou ainda que há imagens que comprovam que não houve nada de errado.
A I9, responsável pelo local, informou que apenas alugou o espaço para a realização da festa.
Início do ocorrido
De acordo com os relatos, o irmão mais novo, de 19 anos, teria sido o primeiro a ser agredido ao tentar passar novamente pela entrada da festa para comunicar aos outros irmãos a situação do motorista de aplicativo, que não apareceu para buscá-los. Ele foi impedido de entrar e sofreu a primeira abordagem violenta.
O irmão do meio, de 21 anos, relatou que encontrou o irmão mais novo bastante machucado, com o lábio ferido e três dentes quebrados. “Ele estava muito machucado e não tinha feito nada”, disse.
Ao ser informado do ocorrido, o irmão mais velho, de 26 anos, foi até a entrada e começou a filmar os seguranças que participavam da abordagem. Quando questionaram a ação dos profissionais, ele e o irmão do meio disseram que também foram agredidos.
“Quando fui me aproximar para tentar entender a situação e filmar os seguranças, um deles me agarrou por trás e me jogou para o lado. Me enforcou, puxou meu celular da mão e, junto com meu irmão mais novo, nos levou para um local atrás dos banheiros químicos", disse o irmão mais velho.
Ele também afirmou que as agressões continuaram por parte dos seguranças, mesmo com as vítimas no chão.
“Eles continuaram batendo na gente, dizendo que alguém tinha filmado a agressão, e que enquanto não encontrassem essa pessoa e apagassem o vídeo, a violência não iria parar. Aí, a gente já estava no chão há muito tempo, e a cada momento, vinha um soco, um chute, e a gente não sabia de onde vinha. Eu, pelo menos, não conseguia nem ver quem estava me agredindo. Estava apenas tentando proteger a cabeça.”
Jovem agredido por seguranças de festa em Ribeirão Preto, SP, mostra machucado na cabeça
Reprodução/EPTV
Durante todo o episódio, os irmãos relatam que os seguranças debochavam da situação.
“A gente estava no chão fazia um 'tempão,' toda hora vinha um soco, um chute. Eu nem vi quem era, só tentava proteger a cabeça. Imploramos para parar, mas eles riam e continuavam batendo. O que mais revolta é pensar que uma pessoa contratada pra garantir a segurança das pessoas foi justamente quem mais prejudicou a gente ali”, disse o irmão mais velho.
Na denúncia, um dos irmãos afirmou ainda que, depois das agressões, foram liberados pelos fundos do recinto da festa para que não fossem vistos machucados.
"Depois de um tempo, eles finalmente nos liberaram. Mas não foi pela entrada principal da festa, porque sabiam que, se passássemos por ali, todos veriam como estávamos machucados. Então, nos mandaram sair pelos fundos.”
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Reprodução/EPTV
Roubo de celulares
Os irmãos ainda relatam que tiveram dois celulares roubados durante as agressões. Os aparelhos, segundo eles, continham vídeos gravados que poderiam identificar os seguranças envolvidos.
“O segurança pegou meu celular da minha mão e o do meu irmão e a gente não teve mais acesso”, afirmou o irmão mais velho.
Após receberem atendimento médico, os três procuraram a Polícia Civil, que investiga o caso como lesão corporal, roubo qualificado e tortura.
De acordo com o boletim de ocorrência, os vídeos com a identificação dos seguranças estariam armazenados nos celulares levados. Ainda assim, a polícia conseguiu identificar um dos envolvidos a partir de uma foto recuperada.
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