Por conta de aumento nos casos de SRAGs, governo amplia leitos em hospital infantil do AC
27/05/2025
(Foto: Reprodução) Conforme a Sesacre, foram acrescentados 10 leitos no Hospital da Criança, levando o total a 70 unidades. Destas, 62 já estão ocupadas. Baixa cobertura vacinal segue como o principal obstáculo na luta por controle das infecções. Leito do Hospital da Criança, em Rio Branco
Agnes Cavalcante/Sesacre
Por conta do aumento nos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) entre crianças, o governo do Acre anunciou uma nova ampliação nos leitos de enfermaria do Hospital da Criança, em Rio Branco.
Conforme a Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre), foram acrescentados 10 leitos à unidade, levando o total a 70 leitos.
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O Acre vive um cenário de aumento nos casos de síndromes gripais que tem aumentado a ocupação de leitos médicos infantis e que levou o governo a decretar situação de emergência. Conforme a Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre), a maior parte dos pacientes é de casos de bronquiolite.
Até às 8h desta terça-feira (27), 62 dos 70 leitos estavam ocupados, enquanto nove Unidades de Tratanebti Intensiva (UTIs) estão ocupadas de um total de 20, segundo o painel de leitos da Sesacre. No caso das UTIs, não houve aumento no número.
A bronquiolite é uma síndrome gripal que afeta, principalmente, crianças menores de 2 anos, e que também pode acometer idosos.
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Alerta de risco elevado para bronquiolite
"Desde o início da emergência, temos trabalhado com planejamento e foco em proteger vidas. Mas é essencial lembrar que o cuidado começa em casa, por isso eu peço aos pais e responsáveis que, se a criança estiver com sintomas respiratórios, evitem mandar para a escola e procurem uma unidade básica de saúde já nos primeiros sintomas para evitar complicações graves”, alertou o secretário Pedro Pascoal.
A coordenadora do Plano Nacional de Imunizações (PNI) no Acre, Renata Quiles, ressaltou que a baixa cobertura vacinal segue como o principal obstáculo no combate às infecções.
Conforme o PNI, os imunizantes são oferecidos no Acre em todas as unidades básicas de Saúde (UBSs). Para ter acesso, basta apresentar a carteira de vacinação do usuário e um documento de identificação.
"Precisamos manter nossas vacinas em dia, e não apenas para influenza e covid-19. Aproveite a visita à unidade de saúde mais próxima da sua casa e mantenha sua caderneta de vacinação atualizada”, acrescentou.
Emergência e lotação de leitos
Em entrevista à CBN Amazônia Rio Branco no dia 14 de maio, a secretária adjunta Ana Cristina Moraes já afirmava que um novo aumento nos leitos era estudado. O número já havia sido ampliado conforme o aumento dos casos no inverno.
"Nós já começamos a observar, do ponto de vista epidemiológico, a elevação desses casos a partir ali já de abril e já começamos a trabalhar na ampliação desses leitos. Nós saímos de 50 para 55, agora já estamos em 60, com possibilidade de aumento de mais 10 leitos, se for necessário, ali no Hospital da Criança", explicou.
Por conta do aumento nos casos de síndromes respiratórias agudas graves (SRAGs), o governo decretou, nesse sábado (10), situação de emergência em saúde em todo o Acre.
O decreto, assinado pelo governador Gladson Camelí, considera "o aumento exponencial da procura por atendimento nas unidades estaduais de saúde, com grande número de queixas de sintomas gripais", além da ocupação dos leitos pediátricos.
Ainda conforme a gestora, dois vírus - rinovírus e influenza - estão em circulação no estado e causam o aumento nas infecções. Ela alerta que a bronquiolite costuma evoluir rápido, e que por isso é preciso levar crianças com sintomas o mais rápido possível ao médico.
Outro alerta feito pela secretária é relacionado à vacinação. Na avaliação de Ana Cristina, o resultado atual é um reflexo da baixa cobertura vacinal de 2024. Por isso, ela recomenda que a carteira de vacinação das crianças seja sempre atualizada pelos pais e responsáveis.
'A gente tem alertado nas escolas, inclusive: aquelas crianças que estão gripadinhas, com nariz escorrendo, [pedimos] que não leve à escola, tem que preservar essas crianças. E como a gente tem um agravamento maior nessa faixa etária de 1 a 4 anos, e também acima de 60 anos, o que a gente percebe é que esses adultos que estão em franca idade de trabalho, que saem na rua, se contaminam e acabam levando isso para casa. Mas é importante preservar essa criança, principalmente se ela está em idade escolar, se ela está gripadinha, porque se ela vai a uma sala de aula, a gente ainda tem essa complicação, esse vírus é de contaminação muito fácil e muito rápida", alerta.
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