Saiba quantos orelhões ainda existem em Santos, no litoral de São Paulo
28/05/2025
(Foto: Reprodução) Santos concentra cerca de 1,25% dos telefones públicos do estado de São Paulo, mas a maioria não é mais utilizada. Orelhões em Santos, no litoral de São Paulo, resistem a modernidade e sofrem com vandalismo
Alexsander Ferraz/ A Tribuna Jornal
Apesar de quase não serem mais utilizados, 363 orelhões ainda fazem parte da paisagem urbana de Santos, no litoral de São Paulo. Espalhados por avenidas, praças e calçadas, esses telefones públicos têm perdido espaço com o avanço dos celulares e da internet.
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Segundo a operadora Vivo, responsável pelos equipamentos, os mais de 300 aparelhos seguem ativos na cidade, embora muitos estejam danificados ou abandonados.
Os dados da operadora revelam que Santos concentra cerca de 1,25% dos 29.015 telefones públicos que ainda funcionam no estado de São Paulo. No entanto, o uso é quase nulo: entre abril de 2024 e abril de 2025, a média foi de 0,6 crédito por mês por aparelho. Mais da metade dos equipamentos não registrou nenhuma ligação nesse período.
A Vivo afirma que o serviço continua operando por força de regulamentações do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Ainda assim, reconhece que o número de ligações realizadas nos aparelhos despencou nos últimos anos — queda estimada em cerca de 50%.
Em relação a manutenção desses aparelhos por conta do desgaste e vandalismo que sofrem, a operadora não quis se posicionar.
O que é um orelhão e como ele surgiu?
Antes dos celulares se popularizarem, o orelhão era a principal forma de se comunicar à distância fora de casa. Os telefones públicos foram instalados em locais de grande circulação, como calçadas, praças e centros comerciais, permitindo que qualquer pessoa fizesse ligações por meio do uso de fichas ou cartões telefônicos.
Os primeiros telefones públicos surgiram no Brasil por volta da década de 1970, e, inicialmente, funcionavam com fichas metálicas, que mais tarde foram substituídas por cartões magnéticos a partir dos anos 1990.
O nome curioso vem do formato da estrutura que abriga o aparelho: uma espécie de concha ovalada, que lembra uma orelha gigante. Esse design característico foi criado em 1972 pela arquiteta sino-brasileira Chu Ming Silveira, com o objetivo de oferecer proteção acústica, facilitando a audição mesmo em ambientes barulhentos. O modelo ficou tão icônico que se tornou símbolo da comunicação urbana no Brasil.
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